sábado, 23 de junho de 2012

A PONTE DA INDIFERENÇA



''Uma ponte nunca atravessada é

como uma vida nunca vivida.''

(provérbio chinês)

As pessoas hesitam atravessar a ponte da indiferênça porque temem o encontro com a própria dor ou condição.

Nós imaginamos sempre jovens, bonitos, saudáveis e completos. Não imaginamos as perdas, a solidão, a velhice, a invisibilidade diante de uma sociedade que prefere fazer-se cega.
O "isso só acontece com os outros" toca mais nosso coração que o "e se fosse comigo? E se fosse eu a ter perdido uma perna, o emprego, o amor ou minha dignidade?"

Se os corações conseguissem criar asas de vez em quando e colocar-se no lugar do outro, eles seriam mais abertos, menos cerrados e mais receptivos. Eles teriam olhos, ouvidos atentos, braços imensamente longos.

Evitamos os caminhos pedregosos, evitamos as situações impossíveis e as lágrimas alheias. Pensamos que não somos responsáveis pelos males da sociedade e por isso mesmo não devemos nos envolver. Nunca nos vemos desse lado da ponte onde carências existem e nem nos passa pela cabeça que o fio que separa um lado do outro seja tão ínfimo, tão frágil, tão delicado.

Colocar-se no lugar do outro dói menos que estar no lugar dele. Mas nem essa linha queremos atravessar!...

Se o fizéssemos haveria menos solidão, mais compreensão, menos suicídios, mais esperança, menos marginalização e uma possibilidade muito maior de um dia, se por acaso estivermos, pelos contrários da vida, do outro lado, uma mão estendida na nossa direção.

Letícia Thompson

Abraços de Luz
Regina
SENTIR, SER E CRER

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