É Deus!
Deus que vos revelais pela natureza, vossa filha e nossa mãe.
Reconheço-vos eu, Senhor, na poesia da Criação, na criança que sorri. No ancião
que tropeça, no mendigo que implora, na mão que assiste, na mãe que vela, o pai
que instruí, no apóstolo que
evangeliza.
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, no amor da esposa, no afeto do filho,
na estima da irmã, na justiça do justo, na misericórdia do indulgente, na fé do
pio, na esperança dos povos, na caridade dos bons, na inteireza dos
íntegros!
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, no estro do vate, na eloqüência do
orador, na inspiração do artista, na santidade do moralista, sabedoria do
filósofo, nos fogos do gênio!
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, na flor dos vergéis, na relva dos
vales, no Mariz dos campos, na brisa dos prados, no perfume das campinas, no
murmúrio das fontes, no rumorejo das franças, na música dos bosques, na placidez
dos lagos, na altivez dos montes, na amplidão dos oceanos, na majestade do
firmamento!
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, nos lindos antélios, no íris
multicolor, nas auroras polares, no argênteo da Lua, no brilho do Sol, na
fulgência das estrelas, no fulgor das
constelações!
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, na formação nebulosas, na origem dos
mundos, na gênese dos sóis, no berço das humanidades; na maravilha, no
esplendor, no sublime do Infinito!
Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, com Jesus, quando ora: “ Pai Nosso
que estais nos céus...” ou com anjos, quando cantam: “Gloria a Deus nas
Alturas...”
Eurípedes Barsanulfo
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